Resolvendo
conflitos através da Arte
O texto abaixo foi escrito por mim e se
trata de uma situação hipotética de gerenciamento de conflito dentro de uma
escola, que nesse caso, é fictícia assim como os nomes citados.
Minha intenção é evidenciar que a Arte
pode estar em todo lugar, e está! Também acredito que com base nessa
“historinha” podem surgir ideias de aplicabilidade em diversos ambientes de
trabalho. Quem quiser se aventurar, desejo boa sorte e agradeço por permitir
que a Arte invada seu espaço!!!!
Na Escola “Educar”, a Diretora Anita
gerencia dentre outras coisas, uma equipe de 16 professores dos anosfinais de
Ensino Fundamental. Cada professor tem sua formação específica de acordo com a
área que leciona e consequentemente, possui opiniões também específicas. A
diferença de opiniões é normal, porém nesta escola, os professores estão com
dificuldade de entrarem em consenso quando necessário. A diretora Anita tenta,
em vão, conduzir reuniões, conversar separadamente com cada professor, promover
votação,mas com nada disso obtém êxito. Entrar em consenso ou acordo com essa
equipe é impossível.
No momento, a diretora precisa contar
com a opinião de todos os professores para decidirem juntos sobre um evento
cultural que acontecerá na escola. Trata-se da “Semana Cultural” e será 1
semana inteira de acontecimentos devendo envolver todas as disciplinas. Para
tanto, a diretora convocou todos os professores para uma reunião e apresentou
os pontos a decidirem: Tema, data, atrações, apresentações, ornamentação, etc.
A reunião foi um fiasco: Uns querem resgate cultural da comunidade escolar,
outros acreditam que focar em assuntos
atuais será mais atrativo para os alunos, e ainda existem aqueles que
não querem participar, que pensam não ser produtivo para o aprendizado esse
tipo de evento. Quanto a data também não se entenderam, todos falando ao mesmo
tempo, defendendo interesses pessoais de acordo com conveniência e mais uma vez
a diretora encerrou a reunião com um grande desafio: Fazer toso se entenderem
de forma harmoniosas colaborando com a escola.
Partindo desse dilema, Anita decidiu
utilizar algum método que impactasse esses professores, que fizessem eles
refletirem sobre o modo de expressão de cada um, e que conseguissem usar as
opiniões diversas para contribuir e não apenas divergir. Foi assim que Anita
conheceu os trabalhos do Artista Plástico alemão Kurt Schwitters. Sua obra tem influência do Dadaísmo, dentre outras
correntes, e são em sua maioria, colagens com papéis ou objetos alternados e
sem a obrigatoriedade de concordância estética, porém compõem uma só obra. Para
Kurt, a arte estava em tudo, até mesmo no comércio. Pode-se dizer que ele
trabalhava muito com aquilo que se chama “lixo cultural”, elevando-o ao status
de obra de arte. Kurt através de suas colagens, desejava criar relacionamentos
entre as coisas do mundo.
Apreciando as obras de Kurt, a
diretora Anita teve uma ideia, pensou em explorar a obra do artista através de
uma releitura envolvendo todos os professores. Na escola, ela pediu que cada
professor trouxesse de casa algum recorte de papel ou algum objeto que
gostasse, que se identificasse. Sem saber pro qual motivo, os professores foram
trazendo reportagens, fotografias, desenhos, bijuterias, rótulos, etc. Anita
reproduziu através de desenho, a imagem da Escola “Educar” em uma superfície de
1,00 x 1,70. Depois de pronto o desenho, Anita foi colando aleatoriamente os
papeis e objetos trazidos pelos professores, sem comprometer a visualização da
imagem desenhada anteriormente.
Feito isso, Anita convocou todos os
professores para uma reunião. No dia, iniciou de forma diferente da habitual.
Recebeu os professores com música e utilizou o Data Show para apresentar as obras do artista Kurt
Schwitters. Foi mostrando pausadamente, contemplando cada imagem e convidando
os professores a viajarem com ela través da sensibilidade estética. A conversa
foi leve e harmoniosa, porém os professores estavam surpresos e curiosos sem
entender o “por quê” daquele momento.
Após realizarem a leitura das imagens
das obras de Kurt, Anita fez a leitura de um texto/crônica que falava sobre a
essência de cada pessoa. Os professores ouviram e contribuíram com poucas
palavras, permanecendo curiosos com a situação. Enfim, Anita apresentou o
painel que se constituía na imagem da Escola e era todo feito com colagens de
materiais escolhidos por eles.
Os professores se assustaram ao ver o
painel e logo em seguida se levantaram para ver de perto os detalhes do painel
feito com objetos que cada um selecionou. Anita aproveitou o momento para
convidá-los a refletirem sobre como foi possível existir um produto final feito
de um “pedacinho” de cada um.
Fabíola Garcia de Oliveira
Arte-Educadora
Analista Educacional PIP/CBC – SRE Carangola
Shoooow...Fantástica a idéia...Parabéns Fabíola!!!!!!!
ResponderExcluirAna Elisa
A sensibilidade faz coisas minha amiga!!!!
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